O Galguinho Italiano é uma raça muito antiga descendente de galgos de pequeno porte, cuja origem remonta a milhares de anos, à época do antigo Egipto e cortes dos Faraós.
Foi encontrado no antigo Egito um esqueleto de um pequeno Galgo que data de 3000 a.C. e a sua presença na Antiga Grécia pode ser confirmada através de inúmeros registos, nomeadamente, em representações em pequenos vasos e taças datados do século VI a.C. Um excelente exemplo destes achados é uma estátua que se encontra no British Museum com pequenos galgos a brincar e que remonta ao século I a.C.
A chegada da raça a Itália deu-se no início do século V a.C. e são várias as pinturas datadas dos séculos XII e XIII onde se podem identificar estes pequenos Galgos e, cujo enorme interesse se estende até ao séc. XV.
Foi nas Cortes Renascentistas que se verificou o maior desenvolvimento da raça, muito apreciada pela sua graciosidade, sendo comum encontrar imagens de Galguinhos Italianos em pinturas de grandes mestres Italianos e estrangeiros da época.
Apesar do seu tamanho reduzido, estes pequenos galgos eram usados na caça como documentado num óleo de Paolo Uccello (1396-1477), intitulado “The Hunt in The Forest”, patente no Ashmolean Museum, em Oxford, no Reino Unido.
Provavelmente, o apogeu de popularidade da raça deu-se na época Vitoriana com o surgimento de vários proprietários e criadores. São inúmeros os registos da presença da raça em toda a Europa, a qual, apesar de alguns percalços, conseguiu chegar aos dias de hoje.
Apesar de a raça gozar de razoável popularidade em vários países, em meados do século XIX, Itália foi considerada o seu país de origem.
Tanto na I Guerra Mundial como na II Guerra Mundial a raça viveu momentos de grande crise e viu os seus efectivos consideravelmente reduzidos. Foi graças a dedicação de um grupo de devotos criadores, e ao seu esforço em preservar a raça, que o Galguinho Italiano continua hoje a fazer parte da Canicultura Mundial. Muitos desses cães estão na base de praticamente todas as linhas Europeias e formam o pilar da raça neste continente.
Os efeitos da II Guerra Mundial na Canicultura foram devastadores pondo em risco a existência de um sem número de raças, entre elas o Galguinho Italiano. Quando a Federação Cinológica Internacional (FCI) se começou a recompor dos efeitos da guerra e a envidar esforços para compilar estalões das raças procurou ajuda junto dos criadores.
Em Itália encontrou um só canil sobrevivente com Galguinhos Italianos, da propriedade da Marquesa Maria Luisa Incontri Lotteringhi della Stufa, do famoso afixo “del Calcione”.
Foi a partir daqui que se elaborou o estalão oficial da raça, o qual continua ainda em vigor nos dias de hoje. Ao elaborar o estalão a Marquesa incluiu como restrição que a pelagem do Galguinho Italiano só poderia ser de cor sólida, excluindo todos os exemplares que apresentassem marcações com branco.
Segundo esta, o Galguinho só poderia ser unicolor e os cães representados em quadros e gravuras encontrados no decurso da história não eram realmente bicolores, era um efeito da luz que iludia a vista, fazendo-os parecer bicolores.
São várias as versões sobre as motivações que levaram a Marquesa a incluir esta exigência no estalão da raça, mas a verdade é que perdurou e continua a fazer parte do estalão oficial da raça da FCI (Standard n°200).
No entanto, o American Kennel Club e o English Kennel Club aceita o branco em qualquer quantidade e marcação.
Texto: Miguel Castelo, do afixo “Castelo de Alfaia”
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