O Pequinês surge de um amor quase impossível

Uma antiga lenda chinesa envolta em misticismo e romantismo dá-nos a conhecer a origem do Pequinês.

Conta a lenda que o Pequinês nasceu do amor impossível de um leão por uma minúscula macaca.

Conta a lenda que o Pequinês nasceu do amor impossível de um leão por uma minúscula macaca. A história diz que desesperado de amor e consciente de que esse amor era contra a natureza, o leão foi com a sua amada procurar Buda, que após se aperceber que aquele sentimento era verdadeiro, foi com eles pedir ajuda ao Deus Hai Ho, o qual, do alto da sua infinita sabedoria, dirigiu-se ao leão e proferiu as seguintes palavras: Se concordares sacrificar o teu tamanho e a tua força pelo amor que sentes por essa pequena macaca, dou-te o meu consentimento e abençoo a vossa união.

O leão concordou de imediato e como fruto desse amor real, surgiu o Pequinês, herdando a coragem, a nobreza e o porte orgulho do pai e o tamanho, a inteligência e a doçura da sua mãe.

O Pequinês é um cão de origem chinesa e uma das mais antigas raças do Mundo, representada em figuras de bronze com mais de quatro mil anos. É com o início do budismo na China, no século II, que a história do Pequinês toma realmente corpo, os chineses acreditavam que esta raça era a encarnação do “Cão de Fu” ou “Leão de Buda”, o espírito canino que afugentava os espíritos do mal.

Considerado um cão sagrado, o Pequinês era protegido pela família imperial chinesa, a única que o podia ter e reproduzir e assim viveu durante séculos protegido no palácio imperial. Durante as grandes cerimónias, o Imperador fazia-se acompanhar por quatro dos seus melhores exemplares, escolhidos pessoalmente para formar a sua Guarda e quando um Imperador morria, era sacrificado um Pequinês, para que o acompanhasse e protegesse no outro mundo.

Preciosamente selecionados, os cruzamentos entre os exemplares reprodutores eram detalhados e registados em livro, fazendo do Pequinês uma das mais antigas raças com um livro de registo e várias linhagens de criação.

O Pequinês era considerado representante do imperialismo da China e quem ousasse roubar ou tocar num exemplar sem autorização, era punido com a pena de morte.

Permaneceu assim desconhecido perante o Mundo, até que em 1860, época da Guerra do Ópio na grande China, o Palácio Imperial de Pequim, na Cidade Proibida, foi invadido e saqueado por tropas, numa ação coordenada entre a França e a Inglaterra, com vista a destituição do poder daquela Dinastia.

Durante a invasão os soldados encontraram centenas de pequenos animais mortos, para que não caíssem nas mãos dos “espíritos malévolos” tinha sido ordenada a sua eutanásia.

Apesar do mar de sangue, uma das princesas que se tinha suicidado, deixou os seus cinco exemplares vivos que foram capturados e declarados como presas de guerra, pelas mãos de Lorde John Hay, Tenente Dunne e de Sir George Fitzroy. Foram estes Pequineses que contribuíram para estabelecer a raça na Grã-Bretanha, dando origem à linha de sangue Goodwood, que foi o primeiro afixo dado a uma criação de Pequineses.

Texto e fotografias: Paula e António Amaro, do afixo “Castrumpekes”

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