Saiba o que deve ter em linha de conta, passo a passo, na hora de escolher a ração para o seu animal de estimação, sem colocar em causa a sua saúde.
Numa altura como esta, em que é mais desafiante gerir o orçamento familiar devido à conjuntura económica, à inflação e ao aumento do custo de vida, pode ser tentador cortar nas despesas associadas aos animais de casa.
No entanto, os riscos de o fazer, sobretudo no que à alimentação diz respeito, acarreta uma série de perigos.
“Num contexto de crise em que vivemos, há uma tendência natural para se poupar em tudo o que se consegue, no entanto, é importante garantir que a escolha da alimentação dos nossos pets é adequada, pois é o fator mais importante para garantir que se mantêm saudáveis e assegurar longevidade dos animais”, refere Daniela Simões, veterinária ZU.
De acordo com a mesma especialista, “há muitas opções de alimentação no mercado, em vários segmentos, desde o standard ao super premium e, de uma maneira geral, todas elas estão compostas para atender às necessidades básicas e fisiológicas de cada animal, na sua correspondente fase de vida”.
No entanto, acrescenta, “quanto mais premium for a alimentação, maior a complexidade da fórmula e mais qualitativa é em termos de nutrientes e por isso, maiores são os benefícios para os animais e melhor a prevenção de futuras patologias”.
Daniela Simões sublinha que “uma boa alimentação é o fator chave nas várias fases de vida: em júnior porque garante um desenvolvimento saudável e assegura uma melhoria do sistema imunitário; na fase adulta, atrasa o aparecimento de certas patologias (dermatológicas, ortopédicas, entre outras) e garante um envelhecimento saudável, pois no fundo todos queremos que os nossos melhores amigos de quatro patas se mantenham connosco, saudáveis e felizes durantes muitos e muitos anos”.
Seis fatores a ter em conta ao escolher a alimentação:
1. Faixa etária: se é júnior, adulto ou sénior;
2. Porte do animal: para o tamanho do granulado ser o mais adequado (por exemplo, os cães pequenos têm necessidades diferentes de cães grandes);
3. Raça: há raças que têm necessidades nutricionais específicas;
4. Atividade física: a alimentação que escolhemos tem de estar composta de forma a suprimir as necessidades calóricas do nosso cão;
5. Se é castrado ou não: o alimento tem de estar adequado para que não haja um aumento de peso associado a animais castrados e normalmente, mais sedentários;
6. Existência de patologias crónicas: animais com diabetes, problemas articulares, hepáticos, entre outros.
O que distingue uma alimentação super premium das restantes?
Composição: contém todos os nutrientes essenciais, como aminoácidos (vindo de proteínas de alta qualidade), ácidos gordos, vitaminas e minerais, em níveis que satisfaçam as necessidades do animal.
Qualidade da proteína: premeia o uso de proteínas mais nobres e de alta digestibilidade.
Digestibilidade: A quantidade de nutrientes absorvidos é chamada de digestibilidade, que é um dos critérios mais importantes, porque mede a proporção de nutrientes aproveitados pelo organismo.
Palatabilidade: os alimentos super premium investem muito em palatabilidade e na boa aceitação por parte do cão.
Fezes: um parâmetro muito importante e por vezes negligenciado, mas um produto de alta digestibilidade (ou seja, que o corpo do animal digere muito bem) produz fezes de menor volume, bem formadas e sólidas, logo se isto não está a acontecer, é mais um sinal que está na hora de mudar de alimentação.
Sinais que podem aparecer quando a alimentação não é a indicada:
» Queda de pelo excessiva;
» Fezes amolecidas, diarreia, grande volume;
» Picacismo (animais que começam a comer terra, paredes, fezes, etc.);
» Perda ou aumento de peso;
» Falta de atividade.
“É importante perceber que a escolha de uma boa alimentação para o nosso animal de estimação é essencial para que este se mantenha saudável, pois desta forma conseguimos prevenir o aparecimento de certos problemas de saúde. E é igualmente preponderante perceber que quanto melhor a alimentação, mais completa a sua composição e ao ser de melhor digestibilidade, faz com a quantidade necessária por dia seja menor e que um saco dure muito mais tempo”, conclui Daniela Simões.