O Royal Veterinary College (RVC) realizou um estudo que abordou a socialização precoce, a saúde e o comportamento dos “cachorros da pandemia”, adquiridos em 2020, em comparação com os cachorros de 2019, pré-pandemia.
Os “cachorros da pandemia” são mais propensos a ser “designer crossbreads”, como Cockapoo ou Cavapoo, em vez de cães de raça pura registados no Kennel Club (UK).
Os cachorros comprados em 2020 são mais prováveis de possuir passaporte no momento da compra, indicando que podem ter sido importados da Europa – talvez ilegalmente em alguns casos – para responder ao grande aumento de procura e de preços durante a pandemia.
Estas constatações são importantes para melhorar o aconselhamento sobre a importância de fazer uma compra responsável, que priorize o bem-estar dos cachorros, assim como a melhor forma de abordar os problemas de comportamento que possam ter surgido com as restrições do confinamento.
O estudo sobre os “cachorros da pandemia”, financiado pelo BVA Animal Welfare Foundation, é o maior do género – compilando dados de mais de 5.500 donos do Reino Unido.
Abordou a socialização precoce, a saúde e o comportamento dos “cachorros da pandemia” adquiridos em 2020, em comparação com os cachorros de 2019.
Entre as descobertas positivas está o facto de que muitas das experiências de saúde e socialização examinadas não variaram significativamente entre os cachorros adquiridos em 2019 e 2020. O que prova o compromisso dos donos de 2020 em criar bem os seus cachorros, apesar dos desafios impostos pela pandemia.
No entanto, por causa das restrições do confinamento, ainda havia algumas preocupações, porque é menos provável que os “cachorros da pandemia” de 2020 tenham frequentado aulas de treino para cachorros ou tenham tido visitas nas suas casas (com idade inferior às 16 semanas, em ambas as circunstâncias).
Os investigadores do Royal Veterinary College (RVC) acreditam que essas diferenças entre os cachorros de 2019 e 2020 podem potencialmente conduzir ao desenvolvimento de futuros problemas comportamentais em alguns “cachorros da pandemia”.
Por exemplo, os “cachorros da pandemia” podem sentir medo e ansiedade relacionados com estranhos (devido à sua exposição limitada a visitantes em casa) e outros problemas comportamentais relacionados com uma socialização insuficiente, devido à impossibilidade de frequentar aulas de treino de cachorros com menos de 16 semanas de idade; um período crítico para o desenvolvimento dos cachorros.
Como resultado, é provável que seja necessário um maior apoio dos veterinários, particularmente os especializados em comportamento animal, para ajudar os donos de “cachorros da pandemia”.