Todos os cães sabem nadar?

Existem cães que parecem que podiam viver dentro de água, tal é a satisfação, alegria e à vontade que têm quando estão neste meio. Além dos passeios diários, aproveite as férias e os fins-de-semana para passar um dia diferente, num local onde o seu cão possa nadar e chapinhar. Existem imensos jogos que se podem fazer e, com este calor, de certeza que ele vai adorar!

Algumas raças têm uma maior propensão natural para serem bons nadadores, como o Cão da Terranova, o Golden Retriever, o Retriever do Labrador ou o Cão de Água Português, como o seu próprio nome indica – apesar de isso não significar que todos os indivíduos, sem exceção, o sejam!

Pelo contrário, outras raças, pela sua morfologia e volume, tendem a ter bastante dificuldade em manter-se à superfície da água. Como o Bulldog Inglês e ou Bouledogue Francês que são braquicéfalos (têm o focinho achatado) ou os Teckel e Corgi que têm patinhas curtas.

Aprender a nadar

A questão principal está na forma como o cão tem o seu primeiro contacto com a água. Todo o processo deve decorrer de uma forma muito natural, nunca devemos forçar ou obrigar o cão, mas sim transformar o processo num jogo, para que ele entenda que nadar e brincar na água é divertido!

Convidá-lo a entrar dentro de água…
Para estimular o cão a entrar e brincar dentro de água podemos criar situações de jogos e brincadeiras, de preferência quando a maré estiver baixa e as ondas fracas.

» Podemos chamá-lo para junto de nós e brincar a “chapinhar”. Normalmente os cães reagem correndo até à borda de água e fugindo de seguida, aventurando-se a entrar um bocadinho mais de cada vez. Um dia o cão irá entrar dentro de água e começar a nadar de uma forma natural.

» Podemos começar com atirar bolinhas para ele ir buscar perto da água. À medida que ele se sente mais confortável, podemos muito gradualmente ir atirando para mais dentro de água.

» Podemos também usar o brinquedo preferido dele para jogarmos ao tug ou cabo-de-guerra (ele agarra numa ponta, nós na outra, e puxamos), e vamo-nos aproximando da água. Provavelmente ele estará tão divertido que nem notará que está a ficar com as patas molhadas.

» Quando o cão se sentir completamente à vontade no meio aquático podemos começar a recorrer a discos e brinquedos flutuantes, que o cão consiga abocanhar facilmente e trazer para a margem.

» Mas não esteja dentro de água constantemente a chamá-lo para que venha ter consigo dentro de água, isso pode criar frustração e medo que lhe esteja a passar algo errado. Deixe-o ser ele a decidir quando é a altura certa de entrar na água.

Não obrigar!

Nunca devemos obrigar os cães, e ainda menos os cachorros, a entrar na água contra a sua vontade.
Se atiramos o cão repentinamente para dentro de uma piscina, mar ou rio, podemos criar uma experiência negativa e o cão passará a associar esses locais a uma recordação desagradável, evitando a todo o custo brincadeiras dentro de água.

Este era um método muito popular para “ensinar” as pessoas a não ter medo de água e nadar – atirá-las para um sítio sem pé. Mas isso funcionava mesmo? Ou as pessoas passaram foi a ter ainda mais medo? As que conheço que passaram por isso, ainda hoje, décadas depois, nem conseguem pensar em entrar na água

Cuidado com as correntes

Numa saída para o mar ou rio, tenha atenção às correntes. O cão pode afastar-se demasiado e não conseguir regressar com a força da água em sentido contrário.

Não lhe peça para ir buscar objetos, como bolas e paus, contra a corrente. Percebemos que pode pensar ser um bom exercício para reforçar a parte muscular, mas está a sujeitá-lo a muito esforço e pode ficar exausto, não conseguindo voltar à margem.

Nadar é um excelente exercício

A natação é um dos exercícios mais completos, porque desenvolve a musculatura do cão. Uma das vantagens é que o movimento é feito sem o corpo se ressentir do peso do cão, o que pode ser uma vantagem para os cães com problemas de articulações e mais obesos.

Utilize um colete salva-vidas

Por muito bom nadador que o seu cão seja, no meio da brincadeira e excitação, mais cedo ou mais tarde há o risco que o cão se aperceba que está exausto – completamente dentro de água e longe da margem.

A utilização de um colete salva-vidas, ao aumentar a flutuabilidade, ajuda o cão a manter-se à tona, reduzindo o esforço de natação. Pode mesmo salvar-lhe a vida, no caso de um cão em vias de se afogar por cansaço ou dificuldades em nadar.

Pondere bem o investimento!

Últimos conselhos: Cuidado com os choques térmicos, evite que o seu cão se atire para dentro de água de repente. Mantenha o seu cão à sombra, sempre que possível, e não se esqueça de levar água para este beber.

Ao chegar a casa

Depois das banhocas deve passar o seu cão por água doce, para eliminar impurezas, o sal (no caso de uma ida à praia) ou o cloro da piscina. Deve ainda limpar os seus ouvidos, especialmente em cães que são mais propensos a terem problemas de otites.

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