O Cavalier King Charles Spaniel de hoje é descendente direto dos pequenos Toy Spaniels vistos em pinturas dos séculos XVI, XVII e XVIII, que eram bastante comuns como animais de estimação das senhoras da Corte.
É em Inglaterra que a raça recebe o título Real de King Charles Spaniel.
A raça ganhou mais visibilidade durante o reinado do Rei Charles II (1660-1685), pois este tinha um grande número de King Charles Spaniels que o seguiam para todo o lado.
O Rei Charles II escreveu um Decreto no qual o King Charles Spaniel deveria ser aceite em qualquer lugar público, mesmo nas Casas do Parlamento, onde os animais geralmente não eram permitidos. Charles II era conhecido como o Rei Cavalier e o seu primeiro Parlamento era conhecido como o Parlamento Cavalier.
Os Cavaliers de cor branco e castanho são conhecidos como Blenheim em homenagem ao Palácio de Blenheim, propriedade do Duque de Marlborough, John Churchill, que era conhecido por ser um dos principais defensores do King Charles Spaniel – sendo a sua cor favorita o branco e castanho.
Como curiosidade, quando os Cavaliers Blenheim possuem um ponto castanho no topo da sua cabeça esse é chamado de “Blenheim spot” ou marca da “impressão digital da Duquesa”.
Diz a lenda que quando o Duque de Marlborough esteve ausente na Batalha de Blenheim, a Duquesa Sarah, preocupada com a segurança do marido, se sentou no jardim com sua Toy Spaniel grávida no colo, pressionando o seu polegar sobre a cabeça desta. Quando chegou a notícia de que a batalha foi ganha e o Duque estava seguro, os cachorros nasceram e todos apresentavam uma marca de cor castanha no topo da cabeça, que seria resultado dos carinhos da Duquesa com seu polegar.
Na época, o tipo e o tamanho dos cães eram muito variados, porque não havia Exposições Caninas, nem um estalão reconhecido da raça.
No entanto, no reinado da Rainha Vitória, com a influência das Exposições Caninas, os criadores e entusiastas da raça começaram a criar cachorros de forma séria, visando um tipo desejado.
Isso trouxe uma nova tendência – cães com a face mais curta, evoluindo gradualmente para a face plana dos modernos King Charles Spaniels, uma raça da mesma família dos Cavaliers.
Em 1926, o americano Roswell Eldridge, grande amante dos Toy Spaniels, foi a Inglaterra e ficou desagradado ao descobrir que não havia nenhum exemplar dos Spaniels com focinho um pouco mais longo.
Decidiu oferecer um prémio de 25 libras na Exposição Canina Crufts para o melhor cão e melhor cadela “Blenheim Spaniels do tipo antigo, como mostrado nas pinturas do tempo do Rei Charles II, focinho longo, sem stop, crânio plano, sem tendência a ser abobadado e com a mancha no centro do crânio”.
Os criadores de King Charles trabalharam no sentido de acabar com o nariz longo, o que tornou o trabalho do Roswell Eldridge difícil e longo até conseguir algum progresso nessa mudança.
Em 1928, um grupo de expositores e criadores decidiu formar um Clube e escolheram o nome “Cavalier King Charles Spaniel”.
Nesse ano, na Crufts, foi elaborado o estalão da raça, que se mantém praticamente inalterado até aos dias de hoje. O estalão foi elaborado com base no exemplar “Ann’s Son” da propriedade de Mostyn Walker e o Kennel Club inglês reconheceu a variedade como “King Charles Spaniels, Cavalier type”.
Durante a II Guerra Mundial houve uma diminuição drástica do número de exemplares da raça. Quando esta terminou, tinham sobrevivido poucos cães, que são a base dos Cavaliers atuais.
Em 1945, o Kennel Club inglês reconheceu a raça com o nome Cavalier King Charles Spaniel.
1973 foi um ano histórico para a raça, quando o exemplar “Alansmere Aquarius”, de Alan Hall e John Evans, venceu a Crufts, com 17 meses.
Por: Andreia Ferreira do afixo “Auri Luminus”
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