Setúbal | O caso da matilha da Serra da Arrábida

A Câmara de Setúbal está a trabalhar numa estratégia para capturar e acolher o grupo de cães abandonados conhecido como matilha da Serra da Arrábida, em conjunto com quem os alimenta, com o objetivo de lhes dar melhores condições de vida.

Está prevista uma reunião entre a vereadora Carla Guerreiro, responsável pelo bem-estar animal, veterinários e quem alimenta estes cães.

“Vamos analisar qual a melhor forma de abordar esta matilha”, diz Sílvio Carvalheira ao O SETUBALENSE, que tomou por sua conta a responsabilidade de alimentar e tentar controlar estes cães.

Segundo O SETUBALENSE esta matilha desce a vários locais da cidade de Setúbal e ataca as colónias, controladas, de gatos. O problema tomou tal dimensão que os cuidadores destas colónias dizem que algumas já estão reduzidas a metade.

Entretanto, surgiram receios de que estes cães ataquem também as pessoas. Carla Guerreiro esclarece que este medo não se justifica, no entanto, aconselha as pessoas a não se aproximarem da matilha.

Segundo Sílvio Carvalheira a matilha que cuida, cerca de 16 indivíduos, não pode ser responsabilizada por todos os ataques às colónias de gatos, e aponta a existência de outras.

Silvio Carvalheira com “Pai”, o líder da Matilha da Arrábida. ©Alex Gaspar

Sílvio afirma que o processo que a Câmara de Setúbal está a usar para resgatar estes cães é ineficaz. Ou seja, os serviços do Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia (CROAC) “têm quinze armadilhas pequenas. Quando um dos cães é apanhado, os outros apercebem-se, dispersam, e não se aproximam das armadilhas”. O certo é que depois de terem sido capturados dois animais, o processo de resgate está mais difícil. E a própria vereadora reconhece que “não é fácil”.

Carla Guerreiro e Sílvio Carvalheira estão a ponderar outros métodos para lidar com a matilha. Um deles pode passar por encontrar um terreno para reter estes cães, alimentá-los, e evitar que desçam à cidade, até as obras do canil municipal estarem terminadas.

Outro passo é contactar com o CROAC de Sintra e saber como esta autarquia está a proceder, com sucesso, na captura e contenção de matilhas. Sintra decidiu criar parques específicos para as matilhas porque os cães silvestres se estiverem junto de outros atacam-se mutuamente. Quanto à captura, foi construída uma armadilha de ferro, com 30 metros quadrados, onde durante algum tempo os animais são alimentados, e somente naquele local. Com este processo, no espaço de um ano, foram capturadas seis matilhas.

Carla Guerreira admite também que estes cães assilvestrados não podem conviver com outros ‘simplesmente’ abandonados, pelo que é preciso uma solução, dai que esteja para ser agendada uma visita ao CROAC de Sintra.

Por agora, a Câmara de Setúbal reconheceu Sílvio Carvalheira como cuidador da matilha da Serra da Arrábida, condição que até agora apenas estava prevista para colónias de gatos, para que a mesma seja alimentada e controlada

Fonte: Diário da Região – Setubalense
Fotografias: ©Alex Gaspar

 

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