No dia 2 de julho a Assembleia da República irá discutir a proibição das corridas de cães, frequentemente referidas como corridas de galgos, com base nas propostas de projetos de Lei do Bloco de Esquerda e do PAN.
As corridas de galgos são um desporto organizado e competitivo em que os cães são colocados numa pista, vencendo aquele que for mais veloz.
Atualmente, existem corridas de galgos em 28 países em todo o mundo. “Na Austrália, Irlanda, Macau, México, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos constituem uma indústria com pistas profissionais e um sistema de apostas semelhante ao das corridas de cavalos”, explica o Bloco. Os restantes 21 países, onde se inclui Portugal, têm pistas amadoras.
O Bloco de Esquerda, no Projeto de Lei nº1225/XIII, explica que “as corridas de galgos acarretam uma atividade com treinos violentos” e que há “um elevado número de abandonos, ora porque à partida os animais não dispõem das características e velocidades necessárias ou em sequência de lesões”.
Na exposição de motivos do Projeto de Lei nº1095/XIII do PAN é explicado que as corridas de galgos “perpetuam a exploração dos animais, que os sujeitam a treinos particularmente difíceis, que sujeitam ao abandono e a condições de vida indignas”.
“As corridas de pista usam uma atração artificial que se desloca à frente dos cães até que estes cruzem a linha de chegada. Existem países em que essa «atração» são animais vivos, tais como lebres”, refere a projeto do PAN.
O projeto refere ainda que “é normal o recurso ao doping. Para melhorar a performance dos cães são lhes administradas substâncias como efedrina, arsénico, estricnina e, às vezes, cocaína. Também é comum o recurso a esteroides para que se verifique aumento de massa muscular e mais energia durante as corridas”.
Uma petição sobre este tema (Petição n.º 438/XIII/3.ª) deu entrada na Assembleia da República solicitando a “criação de legislação para proibir as corridas de galgos em Portugal” e reuniu 4.586 assinaturas.