Trata-se de uma das raças mais antigas da Europa, cujas origens remontam à Idade da Pedra, há uns 6.000 anos. Descende do cão dos pântanos, do qual se encontraram restos sepultados e bem conservados em zonas pantanosas da Alemanha e Dinamarca.
Por outro lado, em Atenas foi encontrado um jarro de vinho do século IV a. C. onde aparecem uma menina e um Spitz. Da mesma forma, o Museu Britânico conserva uma jarra grega do século II a. C. onde aparecem Pégasos e um Spitz a seus pés.
Com isto podemos ter uma ideia da antiguidade da raça e como era apreciada pelos camponeses.
Acredita-se que tinha um baixo instinto de caça, pois foi selecionado para vigiar a casa e exercer tarefas de pastoreio. O Spitz acabou por ser um magnífico cão de alerta, que avisa da presença de intrusos nos lares, quintas, armazéns, etc.
Os Spitz desenvolveram-se de diferentes maneiras em vários países, variando assim a sua altura e cor.
Durante o século XVIII as variedades mais pequenas começaram a ganhar popularidade na Grã-Bretanha. O Spitz começou a aparecer na corte, onde era muito apreciado. Estes cães foram chamados de Pomerânias, pelo lugar de onde se suponha ser originários.
O Wolfsspitz é a variedade mais antiga do Spitz Alemão. Não era um cão da nobreza, mas um cão para o povo. Desenvolveu-se principalmente na Alemanha e Holanda como vigia nas barcaças que navegavam entre ambos os países.
Os holandeses chamavam Keeshond a estes grandes cães cinzentos, que no século XVIII se converteu no símbolo do partido político da Pátria Holandesa, dirigido por Cornelis (Kees) de Gyselaer, o qual possuía um destes cães. O seu nome foi dado à raça em sua honra.
No entanto, a rebelião fracassou, Gyselaer foi executado, e muitos donos abandonaram ou abateram os seus Keeshond para evitar ser executados pelos rebeldes. Isto, em conjunto com a diminuição da utilização das barcaças nos finais do século XIX, fez com que a raça estivesse a ponto de desaparecer.
Felizmente, a baronesa Van Hardenbroeks, grande amante dos cães, contribuiu para a sua conservação.
Posteriormente, a raça foi introduzida no Reino Unido, apesar de não ter tido muito sucesso. Em 1920 chegaram os primeiros exemplares aos Estados Unidos onde começaram a ganhar popularidade. O Keeshond Holandês foi reconhecido como raça pelo American Kennel Club em 1930. Desde 1998 a Federação Cinológica Internacional (FCI) considera que são a mesma raça que o Wolfspitz Alemão.
Texto: Raquel Herrero e Eva Alkorta, do afixo “Ilargi Betea’ko”
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