Ninguém fica indiferente na presença de um Mastim Napolitano, os comentários são normalmente extremados, entre o amam e o odeiam.
Descrever a raça Mastim Napolitano é falar de história, mas também de mistério. A origem da raça não é um assunto de consenso e é frequentemente tema de debate.
De qualquer das formas, apesar de a sua origem ser controversa, é tida como italiana, sendo o seu nome no país de origem Mastino Napoletano. É o herdeiro dos molossos romanos, guardião dos acampamentos de legionários, lutador no circo romano com as feras e caçador de caça grossa.
Alguns declaram que o Mastim Napolitano descende dos cães que Alexandre, “O Grande”, conheceu na Grécia e levou para Roma. Outros apoiam a ideia de que é descendente direto dos molossos romanos, usados pelas tropas romanas nas guerras contra os exércitos inimigos.
Há quem acredite que na sua ascendência está o cruzamento entre os molossos romanos e os “Pugnaces Britannie”, trazidos da Inglaterra pelos soldados romanos. Ainda há os que consideram a possibilidade de terem sido trazidos pelos fenícios, em navios pelo Mediterrâneo.
Existem imagens dos antepassados destes molossos em batalhas. Durante a II Guerra Mundial esteve à beira da extinção. Muitos exemplares morreram, pois a falta de comida não permitia alimentar estes cães de grande porte. Em 1946, o Mastim ressurge em Nápoles, com 8 exemplares na 1ª Exposição Canina de Nápoles.
Entretanto, o escritor Piero Scanziani interessou-se pela raça, começou a criar exemplares e graças ao seu trabalho de seleção conseguiu o reconhecimento da raça, em 1949, pela Ente Nazionale della Cinofila Italiana (ENCI), sendo redigido o estalão de raça. O estalão definitivo foi fixado em 1971.
A região de Nápoles é ainda hoje a principal referência de origem. Existem, no entanto, em outras zonas como Roma, Cecília e até fora de Itália, como França, Espanha e Portugal. Existem criadores e apaixonados por esta raça, em todo o Mundo.
Atualmente, reconhece-se o Mastim Napolitano pela sua aparência colossal, cabeça deslumbrante, ossatura muito forte e passada que faz lembrar um felino.
Longe dos tempos em que eram utilizados para lutas em invasões, são agora facilmente classificados como cães de companhia, ou até mesmo cães de família, sem perderem, no entanto, a sua função de cães de guarda.
Texto: António Pereira do Afixo “Cetóbriga”
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