Os 17 cães foram avistados em diferentes pontos da cidade, a diferentes horas, mas apresentavam os mesmos sintomas: tonturas, fraqueza e a cambalear.
Em declarações ao PÚBLICO, a 18 de março, Ana Sousa, presidente da Associação de Defesa dos Animais Chão dos Bichos, explicou que vários cães foram alegadamente “drogados e largados” no concelho de Loures, no distrito de Lisboa.
Segundo a responsável, que acolheu 5 dos 17 animais na Associação e lhes prestou cuidados até que estabilizassem, “os cães foram largados no Bairro de Santo António, na freguesia de Camarate, Unhos e Apelação, e na Quinta do Mocho, na freguesia de Sacavém e Prior Velho”.
A presidente da Associação explicou ao PÚBLICO que em causa estão “cães de uma matilha do bairro de São Francisco que apareceram tontos e a cambalear na última sexta-feira”, sendo que outros chegaram até a “dormir o dia todo”.
Um primeiro grupo de 9 cães foi encontrado no Bairro de Santo António, para onde “foi enviada uma voluntária da Associação para dar ajuda”, indicou. Os restantes 8 cães foram encontrados mais tarde na Quinta do Mocho.
A responsável acrescentou que estes “não são cães agressivos, estão esterilizados e habituados a viver na rua”.
“Neste caso, em que não se registou nenhum óbito, achamos que os cães foram drogados para algum propósito, mas que não correu como era previsto e então foram ‘largados’”, acrescentou.
Os animais receberam cuidados veterinários na Associação mas, tendo em conta a situação “muito frágil” e de lotação máxima em que o Chão dos Bichos se encontra, teve de os devolver “ao seu habitat natural”, não podendo abrigá-los.
A situação foi reportada pela associação ao Departamento de Protecção da Defesa Animal da PSP de Lisboa, mas “não houve investigação porque, segundo eles, não existiam evidências suficientes para isso”, salientou Ana Sousa.