O Airedale é o maior dos Terriers, sendo chamado de Rei dos Terriers. Originário da Grã-Bretanha, as informações acerca do seu aparecimento são, contudo, pouco confirmadas. Pensa-se que surgiu no Vale do Aire e Wharfe, em Yorkshire, sendo originalmente conhecido por Waterside Terrier ou por Bingley Terrier.
A sua ascendência permanece misteriosa, apesar de serem apontadas algumas raças que possivelmente estiveram na base do seu aparecimento: o já extinto Old English Black-and-Tan Terrier; o Broken-coated Working Terrier e o Rough-coated Black-and-Tan Terrier. Pensa-se que este último esteve envolvido, em 1853, no cruzamento efetuado com um Otterhound, do qual herdou a agilidade para nadar.
O Airedale Terrier foi particularmente cobiçado para a caça de ratos, texugos e lontras, bem como para caça grossa, como a raposa, javali ou até mesmo de ursos ou pumas, tendo-se ainda revelado um talentoso retriever de patos e galinholas de água.
Capaz de nadar, farejar e perseguir a caça, este cão tornou-se particularmente popular pela sua agilidade e rapidez bem como pela sua extraordinária capacidade de aprendizagem.
Quando as cidades de Leeds, Bradford, Otley e Bingley começaram a industrializar-se (no início do séc. XlX), os moleiros, operários e mineiros que trabalhavam nas fábricas e moinhos que surgiram nas margens dos rios Aire, Wharfe, Colne e Calder, começaram a juntar-se ao fim-de-semana para apreciar o seu desporto favorito – caça às ratazanas.
As competições organizadas geraram uma rivalidade tão grande que os espetadores ocupavam as margens dos rios para ver e apostar nos seus favoritos! Soltavam-se os exemplares e eram atribuídas pontuações em função da velocidade e do desempenho na localização e caça das ratazanas!
O desenvolvimento da raça está situado no séc. XIX, altura na qual participou em algumas Exposições regionais de canídeos, organizadas por agricultores. A primeira que ainda há memória decorreu em 1864 e foi organizada pela Airedale Agricultural Society.
Em 1886, o nome Airedale Terrier é aceite pelo Kennel Club da Inglaterra, mas só em 1979 é que a raça é oficialmente reconhecida. Nos finais do séc. XIX, iniciam-se as exportações destes exemplares para os vários continentes.
O anúncio do novo século, trazia consigo uma fase mais feliz para o seu desenvolvimento, apesar da instabilidade causada pelas duas Guerras Mundiais que afetou a criação e seleção, em geral.
Em 1910, a raça foi introduzida nos EUA onde obteve considerável prestígio por parte do público e, até aos finais dos anos 50, a sua popularidade ascende continuamente, ao ponto de se tornar o mais preferido dos Terriers da sua classe e uma das raças caninas mais prestigiadas e apreciadas em todo o Mundo.
Durante a I e II Guerra Mundial, o Airedale revela-se muito útil aos exércitos britânico e russo, tendo atuado como mensageiro. Foi ainda extremamente cobiçado pela polícia para a patrulha das estações de caminhos-de-ferro e atuou como coletor de dinheiro para a Cruz Vermelha, bem como em operações de salvamento.
Todavia, a sua experiência não termina por aqui, já que foi igualmente utilizado em África, na Índia e no Canadá para a caça grossa (javalis, ursos, veados e grandes felinos) e, presentemente, como cão guia de cegos.
A sua popularidade atingiu o auge após a II Guerra Mundial, tendo sido adquirido por diversas personalidades famosas, como Theodore Roosevelt, presidente dos EUA.
Esta é, sem dúvida, uma das mais famosas raças de Terriers, prestígio justamente atribuído se pensarmos nas tarefas polivalentes que tem vindo a assumir em várias áreas, com sentido de responsabilidade e lealdade, mas mantendo sempre a sua atitude positiva e um olhar único e cativante.
Texto: Pedro Castelo, do afixo “Da Tojeira do Mar”
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