Open Europeu de Agility 2021 em Abrantes

O Open Europeu de Agility (EO) é uma competição de Agility oficialmente reconhecida pela Federação Cinológica Internacional (FCI) e que é baseada nos regulamentos de Agility dessa organização.

A competição é aberta a todos os cães, com ou sem “Pedigree” que se tenham qualificado pelos respetivos países.

Todas as Organizações Nacionais membros da FCI ou que conservem uma relação próxima com a mesma são convidadas a participar no evento. Contando com uma participação por nação até 32 cães distribuídos pelas 3 classes (Standard, Midi e Mini) o EO tem recebido nos últimos anos, a participação de cerca de 800 cães.

O EO constitui a maior competição de Agility FCI do mundo e nele participam as melhores duplas do mundo.

Há cerca de 4 anos um dos mais conceituados juízes internacionais da atualidade, Jorge Pires, desenvolveu um projeto de candidatura de organização do EO 2017 que mereceu o apoio imediato da Câmara Municipal de Abrantes.

“Quando me apresentou o projeto solicitando o meu próprio apoio e o apoio do Clube Cinófilo do Alentejo (CCA), ao qual presido, decidi abraçar a ideia e apoiá-la. Assim, foi feita uma proposta ao Clube Português de Canicultura (CPC) o qual, depois de algum trabalho e amadurecimento de ideias, entendeu legitimamente não haver na altura condições para uma candidatura portuguesa a tal organização”, explica Ezequiel Sousa.

Fruto da perseverança de Jorge Pires e do crescente apoio, tanto ao nível nacional como internacional, principalmente de Espanha, a ideia ressurgiu nos finais do ano 2017 para uma possível candidatura à organização do EO 2021. Desta feita, o CPC entendeu estarem reunidas as condições para o efeito. Assim sendo, procedeu-se à candidatura portuguesa que mereceu a aprovação da FCI no passado mês de outubro.

Nesta conformidade, o EO decorrerá em Portugal, no Estádio Municipal de Abrantes em meados de julho de 2021. O CPC decidiu entregar a organização da prova ao CCA.

O CCA numa joint venture com a Câmara Municipal de Abrantes, liderada por Jorge Pires, organizará a referida competição. A estrutura organizativa é multidisciplinar e assenta na experiência de pessoas que cobre desde a área logística, à área técnica, passando pela área da segurança e protocolo.

A organização da prova exigirá apurado trabalho para fazer face à complexidade logística, às dificuldades de alojamento (nem todas as unidades hoteleiras aceitam cães nas suas instalações) e às dificuldades levantadas pelo clima da região, todas elasmitigadas pelas soluções já encontradas.

Aproveitando todo o esforço desenvolvido e a janela de oportunidade aberta pelo deslocamento de inúmeros competidores de Agility à região, na semana seguinte ao EO 2021, a mesma estrutura leva a cabo um outro evento que não estando debaixo da alçada da FCI respeita as mesmas regras e insere-se no mesmo espírito desportivo, o Border Collie Classic.

O Border Collie Classic (BCC) é uma competição exclusiva da raça Border Collie e equivale a um Campeonato do Mundo Mono Raça.

Ambos os eventos contam já com alguns apoios, dos quais destacamos a Galican (fabricantes de obstáculos de Agility) e terão grande impacto na região de Abrantes e concelhos limítrofes.

Para além de um enorme orgulho de verem a região inscrita no roteiro mundial de Agility, os ribatejanos desta região, poderão contar com um impacto financeiro direto no comércio regional de mais de 1 milhão de euros fruto dos gastos em alojamento (cerca de 3.000 pessoas virão de outros países para competir e/ou assistir aos eventos), alimentação, atividades lúdicas e lembranças.

E um impacto indireto estimado em cerca de outro milhão de euros, partindo de um pressuposto de publicidade/divulgação do EO na Internet entre páginas de Facebook, website oficial e outras, bem como de um racional de 120 minutos de transmissão televisiva entre transmissões diretas e indeferidas, reportagens e divulgação de importância média baixa, tendo por base a tabela da TVI para 2018, índice 24.

Paralelamente, para os competidores portugueses, estes dois grandes eventos significam uma oportunidade (para alguns única) de participar em eventos de classe mundial a baixo custo e para quatro dos juízes nacionais a oportunidade de julgar o maior evento de Agility FCI do mundo e para um outro a possibilidade de julgar o BCC também este de nível mundial.

“Apesar da exigência qualitativa e de todo o esforço e desgaste quer para o Jorge, quer para mim, é um enorme orgulho contribuir desta forma para o incremento da melhoria da imagem e prestígio do CPC, da Canicultura portuguesa e, em última análise, desta nobre nação à beira mar plantada. Desejamos que assim seja também para todos os portugueses em especial aqueles ligados à Canicultura (Cinologia e Cinotecnia)”, conclui Ezequiel Sousa.

Por: Ezequiel Sousa (Presidente do CCA) e Jorge Pires (Vice presidente do CCA)